Momentos de Partilha com o Mundo. Dedos que (des)constroem o que a Vida tem para oferecer. Aquilo que Sou busco-o no Mar e naquele lugar Ali bem lá em cima de mim mesma.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Missionários Combonianos
Três testemunhos pertencentes aos Missionários Combonianos. Todos eles se dedicam de alma e coração ao Anúncio do Evangelho, onde ajudam a que as pessoas tenham uma vida mais digna, segundo os ensinamentos de Cristo Jesus.
Os Missionários Combonianos encontram-se em quatro continentes, e o seu fundador foi Daniel Comboni. "Deu a sua vida por África".
sábado, 8 de outubro de 2011
A Adoção vista por João Paulo II

ADOÇÃO
Se é verdade que
nuvens densas ameaçam hoje a família, é consolador verificar os testemunhos de
generosidade que em grande número se acendem nas famílias cristãs, levando o
coração a abrir-se à esperança. As opções cristãs encontram-se não raro em
contradição com a mentalidade ambiente; no entanto, a carga de novidade que em
si transportam fazem delas propostas vivas e estimulantes para todos. Neste
aspecto, a adoção é um sinal com o qual a família cristã declara não
querer fechar-se em si mesma, quando confrontada com situações que exigem uma
ajuda especial.
A decisão de
adoptar um filho nunca é fácil: com efeito, comporta a assunção de obrigações e
sérias. Mas é uma decisão que enriquece a comunidade.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
No fim do dia...
Todos temos momentos em que nos permitimos alguma divagação. Hoje sinto-me particularmente estranha. Parece que não me faço perceber. Ou são os outros que não me ouvem, ou não querem ouvir? Enfim... espero que o dia de amanhã seja melhor. Pois não estou em plena forma. Preciso de mais força e coragem para enfrentar novos obstáculos no sentido de os ultrapassar da melhor forma possível. Peço a Deus que me auxilie durante esta caminhada, que é a minha vida.
Eu a projetar o meu futuro. A reformular objetivos, caminhos a percorrer. Só tenho uma certeza: Ser feliz. Para isso, espero encontrar uma pessoa que ame e me ame. E que me ajude a melhorar, um pouco que seja, o mundo cheio de conflitos e incertezas.
O tempo passa depressa...
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Educris
A missão do professor católico na Escola Católica
Duzentos e trinta e três professores de dezassete escolas católicas inauguraram o novo ano lectivo com dois dias de formação subordinados ao tema “A Missão do professor católico na Escola Católica”. A iniciativa foi do Colégio Rainha Santa, de Coimbra, em colaboração com o Secretariado Nacional de Educação Cristã. Os formadores, Oscar Alonso e Carmen Pellicer, trouxeram a tão necessária lufada de ar fresco, ainda que seja apenas isso, em tempo de crise educativa e de outras crises.
Oscar Alonso, baseando-se na sugestiva metáfora das instruções aos passageiros de um avião, referiu a necessidade de, em primeiro lugar, garantirmos o oxigénio, a nós próprios, educadores, para, então, e só então, ficarmos aptos e abastecer os nossos educandos e salvá-los das asfixias que os ameaçam. Na verdade, apenas se educa, verdadeiramente, por contágio, por osmose.
É tempo de aprender e ensinar a conjugar os verbos “convocar”, “acolher”, “curar”, “acompanhar”, “fortalecer”, “possibilitar”, “regenerar”, “promover”… É urgente anunciar a boa nova e ensinar a sonhar despertos com um mundo mais justo, solidário e comprometido, trabalhando em rede, neste campo imenso e complexo. Um educador terá de perguntar-se, a cada momento: o que estou a fazer agora aproxima-me do lugar onde quero estar amanhã? Trata-se de sair, continuamente, da sua “zona de conforto”, aprendendo a olhar a escola com os olhos de Cristo e, assim, mudar, inovar, nos campos da gestão, da pedagogia e da pastoral, obedecendo ao chamamento de um projecto educativo.
É tempo de aprender e ensinar a conjugar os verbos “convocar”, “acolher”, “curar”, “acompanhar”, “fortalecer”, “possibilitar”, “regenerar”, “promover”… É urgente anunciar a boa nova e ensinar a sonhar despertos com um mundo mais justo, solidário e comprometido, trabalhando em rede, neste campo imenso e complexo. Um educador terá de perguntar-se, a cada momento: o que estou a fazer agora aproxima-me do lugar onde quero estar amanhã? Trata-se de sair, continuamente, da sua “zona de conforto”, aprendendo a olhar a escola com os olhos de Cristo e, assim, mudar, inovar, nos campos da gestão, da pedagogia e da pastoral, obedecendo ao chamamento de um projecto educativo.
O que é um projecto? É, precisamente, o sonho que nos seduz e atrai, de longe. Uma escola é o que for o seu projecto; não importam as suas instalações ou os seus meios técnicos. O projecto reflecte-se fielmente no modelo concreto de pessoas, de relações, de verbalizações, de acções, de eleições; uma escola cristã elege como seus destinatários preferenciais os mais pobres de entre todos: os que não têm bens materiais, os que não têm bens afectivos (família, amigos); os que não têm bens culturais; os que estão longe da Fé.
Tão grande tarefa requer uma escolha cristã comprometida; não podemos fugir ou, tão pouco, ser meros espectadores. Não basta um cristianismo emotivo, pleno de sentimentos gratificantes; ou um cristianismo ético, feito apenas de comportamentos mais ou menos habituais e mecânicos; nem, ainda, um cristianismo de auto-realização egocêntrico e imaturo que, ao primeiro embate se desmorona. Requer-se, em tempo de crise, um cristianismo verdadeiro e fermentador, de total doação e compaixão radical. Assim, um professor reúne as condições para transformar-se em educador que, além de ensinar, educa; e, finalmente, de educador acede a ser mestre, que, além de educar, forma discípulos que o vêem como mestre e o seguem. Um mestre é um provocador, como o Mestre o foi, que apresenta o equilíbrio perfeito de ternura e firmeza; de autenticidade e de congruência; de aceitação incondicional dos educandos e de empatia; conjugando um elevado grau de envolvimento na sua missão com a satisfação. Este mestre, sendo discípulo do Mestre, torna-se capaz de “ser boa notícia” para o mundo, encarnando em si os valores da justiça e do amor.
Que formação se exige para os professores/educadores/mestres na Escola Católica? Uma formação antropológica (que clarifique a visão cristã do homem); pedagógica (por dentro das metodologias e didácticas de ensino-aprendizagem); psicológica (que compreenda o funcionamento mental e afectivo dos seres humanos nas suas diversas fases de crescimento); teológica (em cristologia, eclesiologia, de forma a superar a profunda ignorância de muitos educadores); conducente à autonomia e à liberdade (um educador/ mestre é discípulo apenas de Cristo e, por Ele, torna-se um servidor; mas não é servente de nenhum outro); comprometida com a Justiça; capaz de sonhar o possível.
Carmen Pellicer, igualmente inspiradora, abordou aspectos relacionados com os modos concretos de “fazer” a educação no trabalho quotidiano. Se um bom mestre pode mudar a vida de muitos e se uma boa comunidade educativa pode mudar comunidades inteiras é urgente encontrar os meios adequados para uma educação potente e transformadora.
Não é possível continuar a ignorar os padrões de funcionamento da mente, pretendendo manter activa a atenção dos educandos, durante horas, sem os captar por dentro. Não é uma boa educação (nem uma boa escola católica) a que não é capaz de revolucionar a mente dos alunos, co-mover os alunos, estimular as suas múltiplas inteligências, reconhecendo-as e promovendo-as de forma integral. Por isso, a inovação pedagógica não é a parte profana da escola católica e da pastoral; é a sua essência, se não nos contentamos com banalidades e superficialidades educativas. Não basta, à Escola Católica, formar “bons alunos”; é necessário formar para lá do tempo da escola, adultos íntegros e boas pessoas. A qualidade educativa da Escola Católica não se fica pela qualidade académica. A missão da escola católica não é, ainda, meramente, evangelizar os católicos; é, sim, transformar a vida de todos os que por ela passam, educando a mente, educando a interioridade. É a escola com a missão profética de se tornar farol e educar pessoas capazes de enfrentar o futuro. E, para isso, tem de abrir-se ao que há de melhor nas novas metodologias e nas novas maneiras de compreender e educar a mente.
Esta necessária transformação faz-se através de uma nova consideração dos currículos e de novas metodologias que conferem renovados papéis ao professor. Estas são as chaves da inovação que abrem as portas para educar e desenvolver a inteligência e a competência espirituais. Resume-se brevemente a abordagem que foi efectuada a estes diversos elementos.
Os currículos. É urgente afastar uma concepção aditiva, fragmentada e acumulativa de currículo – o cérebro não cresce por lhe metermos muitas coisas dentro. A fragmentação a que sujeitamos o conhecimento é fictícia e redu-lo a uma catadupa de informações desprovidas de sentido. O conhecimento real é global e interdisciplinar. O nosso ensino só estimula a memória de curto prazo e descura as outras “memórias” bem mais eficazes e profundas. A incidência nos exames é reveladora desta superficialidade, já que estes apenas avaliam a memória de curto prazo. Os currículos terão de ter muito “menos”, mas com muito mais profundidade. Os currículos têm sido apenas as folhas, as ramas do conhecimento, quando nas raízes encontramos coisas bem mais potentes. Nas raízes encontramos competências e virtudes: ser resiliente, seguro de si, compassivo, criativo, empreendedor, pleno de recursos. Educar e, também, evangelizar, requer que se vá às raízes mais profundas da personalidade. E o mais profundo está na educação da mente.
As metodologias. Não se trata da mente que se “avaliava” com testes de inteligência – estes apenas captavam uma ponta do icebergue. Além disso, o conhecimento não se constrói diagnosticando debilidades, mas com as “fortalezas” de cada criança. É preciso mudar a pergunta “como se ensina” para “como se aprende”. Ao contrário do aluno que “é ensinado”, o aluno que “aprende” está apto a crescer e a transformar-se a partir de dentro. Gastam-se excessivas energias com a motivação externa dos alunos. Mas o desafio consiste em gerar processos internos e intensos que desconectem o aluno das dispersões e o centrem na actividade de aprendizagem. O nível de implicação na actividade e o grau de bem-estar na sua realização são fulcrais no desenvolvimento e numa verdadeira aprendizagem. Esta aprendizagem real é ruidosa e, até, caótica; não é, certamente, silenciosa e ordenada. A disciplina e o controlo externos estão longe de garantir a aprendizagem; a autêntica disciplina é a que resulta da intensidade da implicação na tarefa.
Os novos papéis do professor. O professor não pode continuar a ser um transmissor de conhecimentos, mas um coreógrafo que organiza os cenários de aprendizagem mais adequados, sem medo do caos, sem medo de perder o controlo: há que “converter-se”! Um bom professor manipula com perícia as forças culturais que definem as aulas: o tempo (dando-o, sem pressas e com abundância, à reflexão profunda); as oportunidades (diferentes, para que os alunos aprendam de muitas e diversas maneiras); as linguagens (verbais e não verbais, em coerência com as finalidades educativas); as interacções e as relações interpessoais (de respeito, cooperação, solidariedade…); os contextos e os espaços (organização e gestão dos ambientes de aprendizagem, da participação, da acção, do silêncio…); as expectativas (inibindo as expectativas que mutilam e potenciando as que fazem desabrochar a inteligência; cultivando a confiança nas capacidades construtivas dos alunos).
O desenvolvimento da inteligência/competência espiritual. Por estranho que pareça, a ênfase e interesse na inteligência espiritual surgiram nos meios empresariais (ao constatar que as pessoas que gozam de bem-estar espiritual – diferente de auto-estima, de que se tem abusado em excesso – são bem mais produtivas) e no âmbito da saúde (ao perceber que a saúde física era, em grande parte, dependente da saúde espiritual).
É possível educar a inteligência espiritual? Não se pode fazê-lo sem educar todas as outras inteligências (cfr. Gardner) e sem a dimensão da profundidade. Também não é possível conceber uma educação espiritual imersa no relativismo. As pessoas são respeitáveis, mas nem todas as culturas o são. Esta educação faz-se com base num corpo de valores universais e irrenunciáveis, como os que estão presentes na Declaração Universal dos Direitos do Homem, ou nas motivações radicais de sentido de personalidades modelares (Madre Teresa de Calcutá, Ghandi, entre muitos outros).
Há experiências que activam de forma prioritária a dimensão espiritual da inteligência e que, por isso, constituem meios privilegiados para a educação espiritual: narrar-se a si mesmo – narrar experiências profundas leva a construir significados; educar na curiosidade – que aguça o sentido de mistério, sem o qual não existe Ciência; educar na escuta activa – criando espaços orientados de diálogo; educar para um compromisso com a Justiça – bem longe das “espiritualidades zen” que em nada comprometem; aprender a preencher, construtivamente, o tempo subjectivo (cf. David Hay) – falar consigo mesmo, sonhar acordado…; ajudar a compreender o novo através de símbolos e metáforas; respeitar a hierarquia de verdades – transmitindo, de forma potente, o que é fundamental, sem os aspectos acessórios e anedóticos (não podemos continuar a contar contos tradicionais da Bíblia: Maria Madalena, por exemplo, não era uma prostituta; o rigor é uma exigência da educação espiritual); centrar em Cristo; dar a conhecer a experiência do Amor cristão como lei de vida, que se derrama sobre justos e injustos.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
JOb+: Textos bíblicos, Taizé
Agosto:
João 16,16-24: A vossa tristeza há-de converter-se em alegria Jesus disse aos seus discípulos: «Ainda um pouco, e deixareis ...
Jesus disse aos seus discípulos: «Ainda um pouco, e deixareis de me ver; e um pouco mais, e por fim me vereis.» Disseram entre si alguns dos discípulos: «Que é isso que ele nos diz: ’Ainda um pouco, e deixareis de me ver, e um pouco mais, e por fim me vereis’? E também: ’Eu vou para o Pai’?» Diziam, pois: «Que quer ele dizer com isto: ’Ainda um pouco’? Não sabemos o que ele está a anunciar!».
Jesus, percebendo que o queriam interrogar, disse-lhes: «Estais entre vós a inquirir acerca disto que eu disse: ’Ainda um pouco, e deixareis de me ver, e um pouco mais, e por fim me vereis’? Em verdade, em verdade vos digo: haveis de chorar e lamentar-vos, ao passo que o mundo se há-de alegrar. Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria! A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque chegou a sua hora; mas, quando deu à luz o menino, já não se lembra da sua aflição, com a alegria de ter vindo um homem ao mundo. Também vós vos sentis agora tristes, mas eu hei-de ver-vos de novo! Então, o vosso coração há-de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria. Nesse dia, já não me perguntareis nada. Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai em meu nome, ele vo-la dará. Até agora não pedistes nada em meu nome; pedi e recebereis. Assim, a vossa alegria será completa.» (João 16,16-24)
Nunca é fácil dizer adeus, especialmente se for a alguém que nos amou e que deu à nossa existência esperança e um sentido. Jesus anuncia aos seus discípulos que deve partir. Fala da sua partida como «ir para o Pai» (Jo 16,5; 17). Compreensivelmente, os discípulos entristecem-se com este anúncio e com a separação. Porque a explicação de Jesus é enigmática, estão não só tristes mas também confusos.
Esta passagem do Evangelho está situada antes da paixão de Cristo, quando Jesus tenta preparar os seus discípulos para a sua morte. Porém, foi escrita após esse momento. João escreve para uma comunidade de cristãos que está desanimada. Acreditam na mensagem de Jesus, crêem na ressurreição, mas a mensagem deste anúncio não foi bem recebida. Não será semelhante à situação das comunidades cristãs actuais? Numa sociedade secularizada e altamente tecnológica, parece, por vezes, que não há lugar para a mensagem do Evangelho.
Jesus não promete modificações na vida externa dos discípulos. A vida destes não será mais fácil apenas porque decidiram segui-lo. Jesus diz até que o mundo se vai alegrar quando vir a sua tristeza (v. 20). Então, como é que Jesus restaura a esperança dos seus discípulos?
Fá-lo ao convidá-los a ter um olhar diferente sobre os acontecimentos. A tristeza coloca um véu sobre os nossos olhos e distorce a realidade. Quando a dor invade os nossos corações, podemos permanecer tão fechados em nós mesmos que deixamos de ver o que acontece. Isto conduz-nos ao desânimo, um poderoso inimigo. Pela sua morte e ressurreição, Jesus revela-nos que o sofrimento, a dor e a morte, apesar de serem reais, não têm a última palavra.
Para o explicar, Jesus conta uma parábola que fala sobre a experiência universal de uma mulher que dá à luz (v. 21). No parto, a mulher não pode escapar à dor, obrigatória para que possa atingir a alegria. Da mesma maneira, a cruz somente pode ser entendida à luz da ressurreição. Esta não elimina a cruz, mas transforma o sofrimento em esperança, permitindo aos discípulos acreditar que, apesar da dor, é possível um futuro. Jesus faz aos seus discípulos o convite de ver o mistério pascal como o paradigma da experiência humana e cristã.
A alegria verdadeira liberta-nos. Uma falsa alegria é efémera e pode conduzir à servidão. De modo a libertarem-se da sua pena, os discípulos têm que descobrir uma alegria que seja tão impressionante como a sua dor. Esta alegria não é artificial. Assim como a vida, é um dom, dado nos momentos mais inesperados. É uma felicidade interna que coloca a descoberto uma esperança tantas vezes escondida. É a alegria de onde retiramos a generosidade para dar a nossa vida pelos outros. É a alegria da ressurreição.
- Em que momento tive a experiência de uma situação de dor que foi transformada em alegria?
- Na minha vida quotidiana, o que me ajuda a fazer «uma opção pela alegria»?
- De que forma esta opção altera o modo como vejo a minha vida e os acontecimentos?
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
JMJ - Madrid 2011
JORNADAS MUNDIAIS DA JUVENTUDE 2011
FIRMES NA FÉ
Catequese dia 17:
Paróquia “Los doce Apóstoles”
Caríssimos jovens,
Permiti que comece por vos falar citando um texto do Concílio Ecuménico Vaticano II, o qual estamos prestes a celebrar 50 anos de existência, com toda a novidade e verdade que trouxe à Igreja! Na Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina, o Concílio diz, de uma forma breve e sucinta, o modo como Deus se dá a conhecer: «Em virtude desta revelação, Deus invisível (cfr. Col. 1,15; 1 Tim. 1,17), na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos (cfr. Ex. 33, 11; Jo. 15,1415) e convive com eles (cfr. Bar. 3,38), para os convidar e admitir à comunhão com Ele. Esta «economia» da revelação realiza-se por meio de ações e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal maneira que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido» (DV 2).
Deste texto, gostava de sublinhar algumas ideias. A primeira é que é Deus que toma a iniciativa de se comunicar, de se dar a conhecer. E fá-lo, não por qualquer outra causa, mas pelo o amor que nos tem, amor que tem por toda a humanidade. Mas este amor é um amor forte e fiel, é um amor que quer a plenitude! Ele é, só e apenas, Amor. Por isso, e esta é a segunda ideia, o Deus Amor, o Deus que nos ama, que gosta de nós, quer conviver connosco! Ser um connosco! Mas para quê? Porque é que Deus se baixa até cada um de nós? Simplesmente para conviver connosco, para ser nosso amigo e nos oferecer a salvação. Salvação que nós acolhemos e recebemos na medida em que livremente queremos conviver com Deus.
A Bíblia revela-nos toda uma história de salvação. Deus a caminhar com um povo, sendo sempre fiel ao amor, embora encontrando muitas negações e infidelidades. Tomada à letra, a Sagrada Escritura não parece uma manifestação de Deus Amor. Tantas infidelidades. A Bíblia diz mesmo que “se perdeu a fidelidade”. Teimando na estima que Deus tem pelo Homem, a incarnação de Cristo é o máximo do amor. Torna-se um de nós. Sempre do lado do Homem e num amor mais concreto com os mais pobres e necessitados. Se do lado do homem há respostas de “sim” e “não”, basta ver os episódios relacionados com os Apóstolos, Jesus Cristo dá sempre um “sim” fiel, firme, sólido, constante. Nada o demove mas tudo o comove por Amor.
Hoje, nós somos este Povo de Deus que deve corresponder fielmente ao amor de Deus. Sabemos que “Ele fixa amorosamente os olhos” e ama cada um como é. Isto é o cristianismo. Deixar-se tocar pelo amor e corresponder com fidelidade e firmeza.
Aqui reside a importância da nossa participação eclesial! É na Igreja que Deus, através das palavras e gestos salvíficos, vem ao nosso encontro, de forma plena e nos concede a salvação, à qual nós respondemos pela fé. Mas, cuidado, tenhamos bem presente que a fé não é um aceitar de verdades abstractas, sem as compreender. A fé é uma vida de relação, íntima e pessoal, com Deus, através de Jesus Cristo. Ter fé implica viver em comunhão com Deus. No Deus que nos fala pela Revelação e que nos ‘toca’ com gestos salvíficos em cada um dos sacramentos que celebramos. Mais, fala-nos e abraça-nos com uma mensagem terna e meiga, mas ao mesmo tempo exigente, através da Sua Igreja, que «em Cristo, é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano» (LG 1).
Contudo, o cristianismo no seu todo, e cada cristão em particular, na sua vida muito concreta, confronta-se com a ideia do «esquecimento de Deus». A vida moderna parece desenvolver-se à margem da fé. Ou dito de outra forma, a fé não transforma a vida. A relação de amizade com Deus por vezes não influencia a nossa vida. Sabemos, por experiência própria, que fomos criados para a plenitude, que não nos devemos contentar com mediocridades e que devemos querer sempre mais. Que só Deus é a resposta a aos nossos anseios mais profundos de verdade, de beleza e de autenticidade. Mas nós, cristãos, e sobretudo vós jovens, não nos podemos esquecer daquilo que o Papa Bento XVI nos diz na Mensagem para estas Jornadas:
Não, o homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti. O desejo da vida maior é um sinal do facto que foi Ele quem nos criou, de que temos a Sua «marca». Deus é vida, e por isso todas as criaturas tendem para a vida; de maneira única e especial a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira pelo amor, pela alegria e pela paz. Compreendemos então que é um contra-senso pretender eliminar Deus para fazer viver o homem! Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, a privar-se da plenitude e da alegria: «De facto, sem o Criador a criatura esvaece» (GS 36). A cultura actual, nalgumas áreas do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir Deus, ou a considerar a fé como um facto privado, sem qualquer relevância para a vida social. Mas o conjunto de valores que estão na base da sociedade provém do Evangelho — como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família — constata-se uma espécie de «eclipse de Deus», uma certa amnésia, ou até uma verdadeira rejeição do Cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder a própria identidade profunda» (nº 1).
Numa linguagem humana, podemos dizer que Deus é fiel a um amor único. E nós? É uma questão a enfrentar todos os dias. Sejamos sinceros e honestos. Há momentos em que não custa afirmar o amor a Deus. O espaço fraterno do nosso grupo, a vida familiar onde Deus conta, uma Eucaristia organizada por nós, estas Jornadas Mundiais que nos proporcionam experiências fortes, etc.
E depois?
O quotidiano do confronto com colegas que nos julgam, criticam, gozam…?
Certas experiências e ambientes mais sedutores e atractivos…?
É aí que se mostra a firmeza da nossa escolha e a qualidade do nosso amor. A fé não é de momentos. Enche a vida. Está em tudo no que se diz ou faz, nas opções ou na rotina. Gera confrontos mas espera coerência. Estar do lado de Cristo e da Igreja sempre complica a vida mas dá-lhe encanto. Muitos contentam-se com as emoções passageiras. Um jovem cristão aguenta, está firme e caminha serenamente perante os mais variados ambientes. Aplausos? Assobios? Gozo? Cristo e a Igreja são mais fortes.
Escutemos, mais uma vez, o Papa Bento XVI quando nos diz o que é a fé e como se cultiva este diálogo amoroso e firme com Deus:
«Abri e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-o mediante a leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; entrai em diálogo com Ele na oração, dai-lhe a vossa confiança: ele nunca a trairá! “Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus” (CCE 150). Assim podereis adquirir uma fé madura, sólida, que não estará unicamente fundada num sentimento religioso ou numa vaga recordação da catequese da vossa infância. Podereis conhecer Deus e viver autenticamente d’Ele, como o apóstolo Tomé, quando manifesta com força a sua fé em Jesus: “Meu Senhor e meu Deus!”» (nº 4).
O desafio actual é tremendo. O mundo coloca-nos permanentemente em questão. A história da Igreja mostra como os cristãos sentiram alegria em se assumirem como tal em tempos difíceis. Nem sequer tinham medo do martírio. Nunca esqueciam que a fé é adesão pessoal a Cristo e assentimento livre a toda a verdade. É preciso ter coragem para remar contra a corrente. É fácil ser firme, coerente e fiel no amor? Não. Mas temos algumas ferramentas sugeridas pelo Santo Padre que poderão ajudar a aprofundar a nossa relação com Cristo. Assim conseguiremos permanecer fieis e firmes mediante a oração, a leitura dos Evangelhos, o Catecismo da Igreja e, agora, o Youcat.
Se aceitarmos este percurso, verificamos que a fé é um dom precioso, no qual Cristo se manifesta a cada um de nós, a cada ser humano. Cristo mostra-nos Deus! Então, a fé ilumina a vida dos crentes, transformando-a, porque o homem foi criado à imagem de Deus e está feito para viver em relação com Deus. Só com a fé em Deus, que é o único em quem verdadeiramente poderemos ter a verdadeira e profunda fé, entramos em comunhão com Ele e a nossa vida é transformada por Ele. Toda a nossa vida é transformada à imagem de Deus: o que conhecemos e como conhecemos; aquilo de que gostamos e a nossa afectividade; e as nossas opções de fundo quotidianas, a nossa vontade, são, então, todas transformadas e convertidas por Deus, fazendo de nós «homens novos».
O mundo necessita de jovens cristãos. A Igreja precisa de vós. Sede, porém, autênticos. Não vos contenteis com as melodias passageiras. Dançai interiormente ao ritmo de Cristo e da Igreja. Ser firme na fé é não ter medo. Que estas Jornadas Mundiais fiquem marcadas pelo grito Evangélico do Beato João Paulo II: “Não tenhais medo. Abri o vosso coração a Cristo”. Que Ele o encha de alegria e esperança.
ALGUMAS QUESTÕES PARA REFLECTIR
Questões para a vossa reflexão pessoal, ou em grupo, para trazer dificuldades concretas ou partilha de vida, formulando perguntas ou apresentando experiências concretas.
Para muitos ter fé significa ter sido baptizado. Uma questão de tradição. Algo querido pelos pais, sem muita consistência.
Os tempos Apostólicos mostram que a fé significa adesão a Cristo e ao seu projecto. Fizeram-no. Falharam mas recomeçaram. O amor pessoal levou ao martírio.
Deixo três interpelações: - Já assumimos a fé como dom e tarefa?
- Tememos o confronto com outras manifestações religiosas. Já o experimentaram?
- Como tomar, hoje, em Portugal, nesta sociedade, neste tempo, a fé como algo de firme?
TÓPICOS PARA A HOMILIA
A primeira leitura (Hb 11, 1-2, 7-11) fala-nos dos «antepassados» que são um exemplo para nós, pelo modo como viveram a fé. Mais, como essa fé os levou a uma vida plena e como podemos ver que Deus é sempre fiel às suas promessas e nunca abandona ninguém.
Hoje padecemos duma crise de memória. O jovem parece só querer o presente e o que ele lhe dá. Importa viver plenamente o presente com todas as energias mas na fidelidade. Só esta garante os frutos saborosos duma vida autêntica.
O Evangelho (Mt 14, 23-33) mostra-nos o Senhor a caminhar sobre o mar. Recordemos que o mar, para o povo hebreu, é o lugar das forças do mal, poderosas, e que só Deus pode domar. Por isso, aqui, Jesus revela-se como o Messias. Mas é um Messias próximo e que se revela de modo humano. Por isso, também Ele tem necessidade de se recolher em oração. Precisa de cultivar a relação com o Pai para cumprir a Sua missão. Também cada um de nós precisa de tempos e espaços de oração, para sermos fiéis à nossa opção por Cristo e para O acolhermos em toda a nossa vida. Há muita gente a pretender tempos mais tranquilos. Não sei porquê? Gosto de viver neste tempo agitado, de perplexidades e desafios. O medo, por vezes, quer invadir e atar os movimentos duma vida entregue a Cristo. Vejo que devo centralizar-me. O perigo parece estar fora. Mas está dentro de mim. Volto ao encontro com o amigo invisível mas forte. Celebro, encontro-me com Ele no Irmão, na Palavra, na Eucaristia, na oração, na comunidade. Os discípulos de Emaús estavam perdidos mas encontraram-se.
Na atitude de Pedro reflecte-se a nossa própria vida: o que conseguimos quando aceitamos a fé e o que a ausência de fé causa nas nossas vidas. Prioridade das prioridades é Cristo. Só enraizados permanentemente n’Ele é que aguentaremos e teremos alegria para oferecer a quem caminha connosco. Temos algo a dar ou a dizer na família, na Universidade, na comunidade, se tivermos Cristo no coração. É o desafio. Deus queira que seja o compromisso destas Jornadas para que a Igreja, em Portugal, a repensar a Pastoral, possa contar com jovens comprometidos com Cristo no seio das comunidades.
Madrid, 17 de Agosto de 2011
† Jorge Ortiga, A.P.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Festa de S. Pedro e S. Paulo - 29 de Junho 2011
Homilia do Papa Bento XVI na Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo
Basílica de São Pedro, 29 de junho de 2011
Queridos irmãos e irmãs,
"Já não vos chamo servos, mas amigos" (cf. Jo 15,15). Sessenta anos após o dia da minha ordenação sacerdotal, eu ouço mais uma vez dentro de mim estas palavras de Jesus que foram dirigidas a nós novos sacerdotes no o fim da cerimônia de ordenação pelo Arcebispo, o Cardeal Faulhaber, em sua voz um pouco frágil mas firme. De acordo com a prática litúrgica da época, estas palavras atribuídas à sacerdotes recém-ordenados a autoridade para perdoar pecados. "Não mais servos, mas amigos": naquele momento eu sabia que lá no fundo que essas palavras não eram mera formalidade, nem eram simplesmente uma citação das Escrituras. Eu sabia que, naquele momento, o próprio Senhor estava falando comigo de uma forma muito pessoal. No batismo e confirmação que ele já tinha desenhado nos aproximar dele, ele já havia nos recebido na família de Deus. Mas o que estava acontecendo agora era algo ainda maior. Ele me chama de seu amigo. Ele me recebe no círculo daqueles que ele tinha falado no Cenáculo, dentro do círculo daqueles a quem ele conhece de uma forma muito especial, e que, assim, vir a conhecê-lo de uma forma muito especial. Ele me concede a faculdade quase assustador para fazer o que só ele, o Filho de Deus, pode, legitimamente, dizer e fazer: eu te perdôo os seus pecados. Ele quer que eu - com a sua autoridade - para ser capaz de falar, em seu nome ("I" perdoar), palavras que não são apenas palavras, mas uma ação, mudar alguma coisa no nível mais profundo do ser. Eu sei que por trás dessas palavras encontra-se o seu sofrimento para nós e por conta de nós. Eu sei que o perdão tem um preço: em sua Paixão, foi, no fundo, na escuridão sórdida de nossos pecados. Ele desceu para a noite de nossa culpa, pois só assim ela pode ser transformada. E dando-me autoridade para perdoar pecados, ele deixa-me olhar para baixo no abismo do homem, na imensidão do seu sofrimento para nós homens, e isso permite-me a sentir a imensidão de seu amor. Ele confia em mim: "Não mais servos, mas amigos". Ele confia a mim as palavras da consagração na Eucaristia. Ele confia em mim para proclamar sua palavra, para explicá-lo corretamente e para trazê-lo para o povo de hoje. Ele confia-se a mim. "Vocês não são servos mais tempo, mas amigos": estas palavras trazem alegria interior grande, mas ao mesmo tempo, eles são tão imponente que se pode sentir intimidado como as décadas passam em meio a tantas experiências da nossa própria fragilidade e sua bondade inesgotável.
"Não mais servos, mas amigos": esta palavra contém em si todo o programa de uma vida sacerdotal. O que é amizade? Idem Velle, idem nolle - querer as mesmas coisas, rejeitando as mesmas coisas: foi assim que foi expresso na antiguidade. A amizade é uma comunhão de pensamento e da vontade. O Senhor diz a mesma coisa para nós mais insistentemente: "conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim" (Jo 10:14). Pastor chama seu próprio nome (cf. Jo 10:3). Ele me conhece pelo nome. Eu não sou apenas um ser sem nome no infinito do universo. Ele me conhece pessoalmente. Eu o conheço? A amizade que ele concede a mim só pode significar que eu também tentar conhecê-lo melhor, para que nas Escrituras, nos sacramentos, na oração, na comunhão dos santos, nas pessoas que vêm a mim, enviado por ele, eu tentar chegar a conhecer o próprio Senhor mais e mais. Amizade não é apenas sobre conhecer alguém, é acima de tudo, uma comunhão de vontade. Isso significa que a minha vontade cresce em conformidade cada vez maior com a sua vontade. Por sua vontade não é algo externo e estranho para mim, algo a que eu mais ou menos voluntariamente submeter ou outra se recusar a submeter-se. Não, na amizade, a minha vontade cresce junto com a sua vontade, e sua vontade se torna a minha: é assim que eu me tornar verdadeiramente. Para além da comunhão de pensamento e da vontade, o Senhor menciona um elemento, terceiro novo: ele dá sua vida por nós (cf. Jo 15:13; 10:15). Senhor, ajuda-me a vir a conhecê-lo mais e mais. Me ajude a ser cada vez mais um com a sua vontade. Ajuda-me a viver não a minha vida para mim, mas em união com você para viver para os outros. Ajuda-me a tornar-se cada vez mais o seu friend.Jesus 'palavras sobre a amizade deve ser visto no contexto do discurso sobre a videira. Os associados Senhor a imagem da videira com uma comissão aos discípulos: "Eu vos designei para que você deve sair e dar frutos, eo vosso fruto permaneça" (Jo 15:16). A primeira comissão para os discípulos - a seus amigos - é a de que fixa, pisando fora de si mesmo e para com os outros. Aqui ouvimos um eco das palavras do Senhor ressuscitado aos seus discípulos, no final do Evangelho de Mateus: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações ..." (cf. Mt 28,19 ss) O Senhor nos desafia a passar além das fronteiras do nosso próprio mundo e para levar o Evangelho para o mundo dos outros, de modo que permeia tudo e, portanto, o mundo está aberto para o reino de Deus. Somos lembrados de que até mesmo Deus pisou fora de si, pôs de lado sua glória, a fim de procurar-nos, para nos trazer a sua luz e seu amor. Nós queremos seguir o Deus que estabelece desta forma, queremos ir além da inércia de egocentrismo, de modo que ele mesmo pode entrar no nosso mundo.
Após a referência à fixa, Jesus continua: fruto, um fruto que permanece. E que fruto que Ele espera de nós? O que é esse fruto que permanece? Agora, o fruto da videira é a uva, e é a partir da uva que o vinho é feito. Vamos refletir um pouco sobre esta imagem. Para as uvas de bom para amadurecer, o sol é necessário, mas assim também é de chuva, de dia e de noite. Para o vinho nobre a amadurecer, as uvas precisam ser pressionado, a paciência é necessária enquanto o suco de fermentos, vigilante cuidado é necessário para auxiliar os processos de maturação. Vinho nobre é marcado não só pela doçura, mas por sabores ricos e sutis, o aroma múltiplas que se desenvolve durante os processos de maturação e fermentação. Não é isso já uma imagem da vida humana, e especialmente de nossas vidas como padres? Precisamos tanto de sol e chuva, festa e adversidade, tempos de purificação e testes, bem como momentos de alegre viajando com o Evangelho. Em retrospectiva, podemos agradecer a Deus por ambos: para os desafios e as alegrias, para os tempos sombrios e os tempos felizes. Em ambos, podemos reconhecer a presença constante de seu amor, que, infalivelmente, apoia e sustenta us.Yet agora devemos perguntar: que tipo de fruto que o Senhor espera de nós? O vinho é uma imagem do amor: este é o verdadeiro fruto que permanece, o fruto que Deus quer de nós. Mas não nos esqueçamos que no Antigo Testamento o vinho esperado a partir de uvas nobres é, acima de tudo uma imagem de justiça, que surge de uma vida vivida em conformidade com a lei de Deus. E isso não é para ser descartada como uma visão do Antigo Testamento que foi ultrapassado - não, ainda permanece verdadeiro. O verdadeiro conteúdo da lei, a sua summa, é amor a Deus e ao próximo. Mas este duplo amor não é simplesmente sacarina. Traz dentro de si a preciosa carga de humildade, paciência e crescimento na conformidade da nossa vontade à vontade de Deus, a vontade de Jesus Cristo, nosso amigo. Somente desta forma, como o todo do nosso ser assume as qualidades da verdade e da justiça, é o amor também é verdadeiro, só assim é fruta madura. Sua demanda interna - a fidelidade a Cristo e à sua Igreja - busca uma realização que sempre inclui o sofrimento. Esta é a maneira que a verdadeira alegria cresce. Em um nível profundo, a essência do amor, a essência do fruto genuíno, coincide com a idéia de que fixa, indo em direção: significa auto-abandono, doar-se, traz dentro de si o sinal da cruz. Gregório Magno disse uma vez a este respeito: se você está se esforçando para Deus, tome cuidado para não ir vê-lo por si mesmos por si só - um ditado que diz que nós, sacerdotes necessidade de manter diante de nós todos os dias (H Ev 01:06:06 PL 76, 1097f).
Caros amigos, talvez eu morei por muito tempo em minhas lembranças interior de 60 anos de ministério sacerdotal. Agora é hora de voltar nossa atenção para a tarefa específica que está a ser realizado hoje. Na festa dos santos Pedro e Paulo a minha mais cordial saudação vai em primeiro lugar, o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I e à Delegação ele enviou, a quem eu expressar sinceros agradecimentos por sua visita muito bem-vindos na feliz ocasião desta festa da Santos Apóstolos, que são patronos de Roma. Saúdo também os Senhores Cardeais, meus irmãos bispos, embaixadores e autoridades civis, bem como os sacerdotes, religiosos e fiéis leigos. Agradeço a todos pela vossa presença e suas orações.
Os arcebispos metropolitanos nomeados desde a festa dos santos Pedro e Paulo no ano passado estão indo agora para receber o pálio. O que isso significa? Pode lembrar-nos, em primeira instância de jugo suave de Cristo que é colocado em cima de nós (cf. Mt 11:29 ss). Jugo de Cristo é idêntica à sua amizade. É um jugo de amizade e, portanto, "um jugo suave", mas, como tal, também é um jugo exigente, que nos forma. É o jugo de sua vontade, que é uma vontade de verdade e amor. Para nós, então, é em primeiro lugar o jugo de liderar os outros a amizade com Cristo e estar disponível para os outros, cuidar deles como pastores. Isso nos leva a um outro significado do Pálio: é tecida a partir da lã dos cordeiros abençoados na festa de Santa Inês. Assim, nos lembra o Pastor que se tornou um cordeiro, por amor a nós. Lembra-nos de Cristo, que partiu por entre as montanhas e os desertos, em que o cordeiro, a humanidade, se perderam. Ela nos lembra de quem pegou o cordeiro - a humanidade - me - sobre os ombros, a fim de me levar para casa. Assim, nos lembra que também nós, como pastores em seu serviço, para levar os outros conosco, tomando-os como se fosse sobre nossos ombros e levá-los a Cristo. Ela nos lembra que somos chamados a ser pastores de seu rebanho, que permanece sempre a sua e não se torne nossa. Finalmente o pálio também significa muito concretamente a comunhão dos pastores da Igreja, com Pedro e com os seus sucessores - isso significa que devemos ser pastores por unidade e em unidade, e que é somente na unidade representada por Peter que realmente levam as pessoas a Christ.Sixty anos de ministério sacerdotal - queridos amigos, talvez eu tenha falado por muito tempo sobre isso. Mas eu senti solicitado, neste momento, olhar para trás sobre as coisas que deixaram sua marca nos últimos seis décadas. Senti-me inspirado a dirigir-vos, a todos os padres e bispos e aos fiéis da Igreja, uma palavra de esperança e encorajamento; uma palavra que amadureceu na longa experiência de como o Senhor é bom. Acima de tudo, porém, é um tempo de ação de graças: graças ao Senhor pela amizade que ele concedeu a mim e que ele deseja conceder a todos nós. Graças às pessoas que se formaram e me acompanhou. E tudo isso inclui a oração que o Senhor um dia nos receber em sua bondade e nos convidam a contemplar a sua alegria. Amen.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
La Manga
Enquanto não enviam os vídeos para concurso sobre La Manga ficam aqui imagens e sons de saudade de uma semana em cheio em Espanha! (Prof. Paulo Barbosa)
segunda-feira, 16 de maio de 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
"Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens".
Lectio Divina (Mc 10, 17-22)
Cântico inicial: Tu és fonte de vida [cântico Taizé/f3]
Do Evangelho Segundo São Marcos [Mc 10, 17-22].
Quando se punha a caminho, alguém correu para Ele e ajoelhou-se, perguntando: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» Jesus disse: «Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão um só: Deus. Sabes os mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes, honra teu pai e tua mãe.»
Ele respondeu: «Mestre, tenho cumprido tudo isso desde a minha juventude.» Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele e disse: «Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» Mas, ao ouvir tais palavras, ficou de semblante anuviado e retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens. Olhando em volta, Jesus disse aos discípulos: «Quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que têm riquezas!» Os discípulos ficaram espantados com as suas palavras. Mas Jesus prosseguiu: «Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus.»
Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode, então, salvar-se?» Fitando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus não; pois a Deus tudo é possível.»
Pontos para a oração:
Aleluia [cântico Taizé /f11]
Do Livro da Sabedoria (7,7-11)
Orei e foi-me dada a prudência;
implorei e veio a mim o espírito de sabedoria.
Preferi-a aos ceptros e aos tronos
e, em sua comparação, considerei a riqueza como nada.
Não a equiparei à pedra mais preciosa,
pois todo o ouro, à vista dela, não passa de um pouco de areia
e, comparada com ela, a prata é considerada como lodo.
Amei-a mais do que a saúde e a beleza
e decidi tê-la como luz, porque o seu brilho jamais se extingue.
Com ela me vieram todos os bens
e, pelas suas mãos, riquezas inumeráveis.
Cântico final: O reino de Deus [cântico Taizé /f6]
Cântico inicial: Tu és fonte de vida [cântico Taizé/f3]
Do Evangelho Segundo São Marcos [Mc 10, 17-22].
Quando se punha a caminho, alguém correu para Ele e ajoelhou-se, perguntando: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» Jesus disse: «Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão um só: Deus. Sabes os mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes, honra teu pai e tua mãe.»
Ele respondeu: «Mestre, tenho cumprido tudo isso desde a minha juventude.» Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele e disse: «Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» Mas, ao ouvir tais palavras, ficou de semblante anuviado e retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens. Olhando em volta, Jesus disse aos discípulos: «Quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que têm riquezas!» Os discípulos ficaram espantados com as suas palavras. Mas Jesus prosseguiu: «Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus.»
Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode, então, salvar-se?» Fitando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus não; pois a Deus tudo é possível.»
Pontos para a oração:
- Quais são as riquezas, os interesses subterrâneos que bloqueiam o desejo de viver como Jesus para os outros?
- Que riquezas pessoais, materiais e intelectuais, posso colocar ao serviço de Jesus e do seu projecto?
- Quem são e como são as pessoas verdadeiramente «felizes» que eu conheço? Que opções de vida fizeram?
- Pedir ao Pai a graça de sair do meu «pequenino» mundo e cortar o «cordão» das falsas seguranças.
Aleluia [cântico Taizé /f11]
Do Livro da Sabedoria (7,7-11)
Orei e foi-me dada a prudência;
implorei e veio a mim o espírito de sabedoria.
Preferi-a aos ceptros e aos tronos
e, em sua comparação, considerei a riqueza como nada.
Não a equiparei à pedra mais preciosa,
pois todo o ouro, à vista dela, não passa de um pouco de areia
e, comparada com ela, a prata é considerada como lodo.
Amei-a mais do que a saúde e a beleza
e decidi tê-la como luz, porque o seu brilho jamais se extingue.
Com ela me vieram todos os bens
e, pelas suas mãos, riquezas inumeráveis.
Cântico final: O reino de Deus [cântico Taizé /f6]
quinta-feira, 10 de março de 2011
quinta-feira, 3 de março de 2011
Quaresma...Páscoa 2011

Este Opúsculo está à venda nos Serviços Centrais, na Livraria Diário do Minho e na Delcópia.
O preço é de 1 euro.
MENSAGEM D. JORGE ORTIGA PARA A QUARESMA 2011
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Igreja, Casa da Palavra
A Quaresma é um tempo de particular intensidade litúrgica e espiritual na vida cristã. É a longa travessia do Deserto que nos leva a comer o maná da hospitalidade. É o caminho da Transfiguração que nos conduz ao suave odor da manhã de Páscoa. É o desafio a percorrer a via de Emaús segundo “os mesmos sentimentos de Jesus Cristo” (Fl 2,5). O tempo quaresmal “não é um rito do passado, mas encontro com Cristo que informa a existência do baptizado, doa-lhe a vida divina e chama-o a uma conversão sincera, iniciada e apoiada pela graça, que o leve, a alcançar a estatura adulta de Cristo” (Bento XVI, Mensagem para a Quaresma 2011).
Ao longo dos domingos da quaresma somos convidados a antecipar o caminho de Emaús, a entrar na Casa da Palavra, e a montar a tenda que nos abre à intimidade com Deus. Não tenhamos receio de “entrar mais dentro da espessura, façamos uma tenda, uma pausa breve que antecipe a Páscoa e nos esclareça acerca do segredo e da glória de Deus inacessível na face do Cristo, ícone de Deus” (J. A. Mourão).
Qual o caminho a seguir?
“Para empreender seriamente o caminho rumo à Páscoa e nos prepararmos para celebrar a Ressurreição do Senhor – a festa mais jubilosa e solene de todo o Ano litúrgico – o que pode haver de mais adequado do que deixar-nos conduzir pela Palavra de Deus?” (Bento XVI, Mensagem para Quaresma 2011).
Vivemos (d)a Palavra para encontrar a frescura narrativa e poética da Palavra incarnada, para construir caminhos de amizade com o Senhor da Vida e fazer da Igreja, Casa, onde a Palavra habita para ser acolhida, vivida e anunciada como libertação do humano ferido. É o lugar penitencial onde as cinzas reduzidas a pó exalam o perdão e a reconciliação de uma humanidade ávida da misericórdia infinita de Deus.
A Igreja, Casa da Palavra
Assumir o itinerário da Palavra, de modo particular no tempo quaresmal, exige, assim, de todos a responsabilidade de fazer da Igreja, universal e local, Casa da Palavra. «A Palavra de Deus tem uma sua casa no Novo Testamento: é a Igreja que tem o seu modelo na comunidade-mãe de Jerusalém, […] e que hoje […] continua a ser custódia, anunciadora e intérprete da Palavra. Lucas, nos Actos dos Apóstolos, traça-lhe a arquitectura baseada em quatro colunas ideais: Eram perseverantes no ensino dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fracção do pão e nas orações» (Plano Pastoral Arquidiocesano).
A Igreja diocesana só será Casa da Palavra se se deixar renovar continuamente pela acção do Espírito Santo; se gerar vida nova e corações disponíveis para a acolher amorosamente a luz da ressurreição do Filho do Homem; se gerar uma comunidade-lar onde as pessoas se sintam acolhidas e amadas com dignidade, nas suas dores e angústias, alegrias e esperanças; se festejar em torno da mesa eucarística e celebrar a presença do encontro renovador com o Senhor da Vida; se assumir o ensino apostólico, a comunhão fraterna, a partilha do pão e a oração como as colunas que sustentam toda a acção eclesial.
Mas para tudo isso será fundamental testemunhar de viva voz a atitude do cego de nascença: “Creio, Senhor” (Jo 9,38). É neste sentido que proponho o itinerário da Palavra como caminho de renovação espiritual de cada cristão e das comunidades cristãs da nossa Diocese, no sentido de assumirmos a fé como compromisso quotidiano rumo à beleza do mistério pascal.
· Primeira Semana: a Palavra no anúncio, na catequese e na homilia (Evangelho das Tentações);
· Segunda Semana: a Palavra na celebração Eucarística (Evangelho da Transfiguração);
· Terceira Semana: a Palavra na oração, e particularmente, na Lectio Divina (Evangelho da Samaritana);
· Quarta Semana: A Palavra como proposta para uma maior comunhão e solidariedade entre todos (Evangelho do Cego de Nascença);
· Quinta Semana: a Palavra geradora de vida e transfiguração na vida dos crentes e na pastoral (Evangelho da Ressurreição de Lázaro).
Igreja, Casa da Fraternidade
Vivendo assim nesta Casa, onde aprendemos a ser família, que dialoga e exercita o dom da gratuidade e da fraternidade, estaremos mais sensíveis ao jejum, à esmola e à oração. Uma pedagogia que se adquire na captação do Amor profundo de Deus pela humanidade. Um itinerário tradicional refrescado pela Palavra de Deus de cada domingo que poderá ajudar as comunidades cristãs e os movimentos apostólicos da nossa Diocese a crescerem na adesão a Cristo e à gratuidade do Reino.
Nesta correspondência ao Evangelho, peço, por isso, que a Quaresma intensifique o nosso sentido de partilha e fraternidade em tempos de emergência social.
Assim, o Contributo Penitencial da nossa Diocese reverterá em primeiro lugar a favor do Fundo Partilhar com Esperança. Agradeço, desde já, a todos os sacerdotes, leigos e comunidades que contribuíram generosamente para este fundo de apoio social. A segunda finalidade do nosso Contributo Penitencial irá para a Diocese de Luena, Angola, que já teve seminaristas entre nós, e nos disponibilizou um sacerdote, para reconstruir três igrejas paroquiais com alguns espaços para a acção catequética e social.
Igreja, Casa do Amor Voluntário
A vida e morte de Cristo aponta-nos o caminho da doação e do seguimento incondicional de Deus-Pai. Neste Ano Europeu do Voluntariado recordo que a Palavra vivida leva à entrega de si no amor ao próximo e suscita a alegria de servir as comunidades e as pessoas mais vulneráveis da nossa sociedade, nomeadamente crianças, idosos e pessoas portadoras de incapacidade física e mental. Pessoas estas que necessitam da visita amiga, da água da samaritana e da presença transfiguradora do amor inesgotável de Deus no amor humano.
Na Casa, Páscoa Feliz para Todos!
Será portanto oportuno fazer de cada coração humano uma casa cheia de ternura, de amizade e esperança para anunciar que Cristo está vivo e sempre pronto a libertar-nos da nossa auto-suficiência abrindo-nos ao amor do Pai e à reconciliação com os irmãos.
Caminhemos na Esperança rumo ao domingo de Páscoa, que anuncia a vitória de Cristo sobre a morte e a abertura de caminhos novos de justiça e de paz no mundo. Façamos com que a Boa-Nova do Reino ecoe até aos confins da terra e permaneça firme em nós a esperança do Ressuscitado. Seguindo a Cristo, façamos da nossa existência, e da Igreja, uma autêntica e renovada Casa habitada pela Palavra.
Braga, 3 de Março de 2011
† Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz
domingo, 20 de fevereiro de 2011
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Investir na Cultura da Vida
Que todas as instituições nacionais e transnacionais se comprometam a garantir o respeito pela vida humana, desde a sua concepção até ao seu fim natural. [Intenção Geral do Santo Padre para o mês de JUNHO]
1.Cultura da morte e negação da vida como direito absoluto
A segunda metade do século XX viu a generalização do aborto legal, a pedido, como um avanço jurídico indiscutível e um progresso no âmbito da liberdade pes-soal. Deste modo, a desprotecção legal da vida humana mais indefesa e inocente – a das crianças não nascidas – tornou-se um objectivo civilizacional de que nenhuma sociedade «progressista» podia prescindir. Conseguida a liberalização do aborto e a sua banalização por via legal, os promotores desta cultura da morte voltaram-se para o outro extremo da vida humana, onde ela se apresenta igualmente mais fragilizada – e encontram-se agora na linha da frente, tendo em vista a legalização e libe-ralização da eutanásia. No início, esta exigência de «progresso» era considerada como o último «recurso» de idosos ou doentes incuráveis. Hoje, porém, a eutanásia já é apresentada como um direito de qualquer pessoa, em qualquer fase da existên-cia que, por algum motivo, solicite auxílio médico para morrer – e, em casos extre-mos, um direito da família ou da sociedade face a pessoas que, por algum motivo, não sejam capazes de exercer autonomamente tal «direito» e cuja vida seja considerada sem qualidade.
2. Consequências
Relativamente à eutanásia, começamos apenas a vislumbrar o tipo de socie-dade impiedosa, violenta e profundamente egoísta para a qual nos encaminhamos. Quanto ao aborto, falam os números: em Portugal, 19.000 crianças foram legalmen-te eliminadas, antes de nascerem, só no ano de 2009; em Espanha, vinte anos de aborto legal têm como resultado um milhão de crianças mortas antes de nascerem; na Europa comunitária, faz-se um milhão e duzentos mil abortos cada ano; na Rús-sia, no último ano, o número de abortos foi igual ao de nascimentos; nos Estados Unidos, há mais de um milhão de abortos por ano. Por outro lado, são cada vez mais frequentes as notícias de crianças abortadas que sobrevivem durante longas horas de agonia, como sucedeu recentemente em Itália. Tais crianças, nos Estados Unidos, não têm direito a nenhum tipo de assistência médica – são tratadas sim-plesmente como mortas, estando ainda vivas... Os números poderiam continuar. Estes, porém, são suficientes para se entender a galeria de horrores em que o abor-to transformou muitos hospitais públicos e tantas «clínicas» privadas com dedicação exclusiva ao negócio da morte – tudo feito com a protecção da lei e, na maior parte dos casos, pago pelo dinheiro dos contribuintes. Depois, admiram-se que vivamos em sociedades cada vez mais violentas, emocionalmente exaustas, culturalmente decadentes, nas quais nenhum valor – a não ser o egoísmo individual – merece cuidado e protecção.
3. A longa luta em favor da vida
Aqueles que se batem por um outro tipo de civilização, na qual os mais frágeis sejam os mais protegidos, têm um caminho longo e penoso pela frente. Serão cada vez mais ostracizados e olhados como inimigos do progresso e da liberdade. Tal, porém, é um pequeno preço a pagar, quando se olha aos objectivos: «Actuar em favor da vida é contribuir para o renovamento da sociedade, através da edificação do bem comum» (João Paulo II). Os cristãos não podem alhear-se deste serviço à comunidade – como, infelizmente, tem acontecido com alguma frequência. Nem podem cair na armadilha de dizer – seguindo o discurso da moda – que há outras causas igualmente importantes. Há, sem dúvida, muitas causas importantes, a merecer o empenho dos cristãos. Nenhuma, porém, é mais importante, pois esta define todas as outras. Afinal, apostar na «cultura da vida» é investir num futuro mais humano, o único que verdadeiramente importa. E vale a pena, vale todas as penas, mesmo se, por agora, a cultura da vida não surge particularmente valorizada no «mercado» das propostas concorrentes que se enfrentam na «bolsa de valores» onde se joga o presente e o futuro da humanidade.
Elias Couto
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
O corpo de Jesus Cristo 2010 anos depois!
Jesus Cristo para sempre no meu coração, às vezes com tendência para a depressão, mas tendo os olhos colocados nas suas imagens tudo é possível para superar todos os obstáculos. Esta semana é daquelas em que sentimos um aperto no coração, tantas são as saudades.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
domingo, 2 de janeiro de 2011
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